quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Pepper, Capsicum, Pimenta...ardidinha, ou não, pode fazer bem para a saúde!!!

       
    Pimenta é o nome genérico dado aos condimentos culinários de sabor picante. Estas plantas condimentares, são pertencentes ao gênero Capsicum, sempre foram usadas pelos índios e civilizações antigas para tornar os alimentos mais agradáveis ao paladar, além de serem utilizadas como conservantes em alimentos, são fontes de antioxidantes naturais como a vitamina E, vitamina C e carotenoides.

       O Brasil é o segundo maior produtor de pimenta no mundo e centro da diversidade do gênero Capsicum. Essa hortaliça está difundida em todas as regiões do Brasil, sendo que as principais áreas de cultivo são as regiões Sudeste e Centro-Oeste. São comercializadas para o consumo in natura, conservas caseiras e exportação do produto industrializado.

     Os diferentes tipos de pimentas têm várias formas de preparo e modos de consumo, sendo uma das hortaliças mais versáteis para a indústria de alimentos. As pimentas doces e picantes podem ser processadas na forma de pó, flocos, picles, escabeches, molhos líquidos, conservas de frutos inteiros, geléias etc. As pimentas picantes ainda são utilizadas pela indústria farmacêutica, na composição de pomadas para artrose e artrite, no famoso emplastro Sabiá, e também pela indústria de cosméticos, na composição de xampus anti-quedas e anti-caspas.

     Os principais produtos do processamento de pimentas doces e picantes podem ser divididos em três tipos, de acordo com sua utilização na indústria de alimentos:
(1) flavorizantes: frutos processados ainda verdes ou maduros, que dão apenas sabor e aroma ao alimento, sendo a coloração uma característica secundária;
(2) corantes: sua função principal é dar cor aos produtos, como a páprica vermelha, que pode ainda ser suave ou picante;
(3) pimentas picantes: usadas para a confecção de molhos em pastas (ou líquidos) ou em conservas, como os tipos ‘Malagueta’ e ‘Jalapeño’.

    As pimentas também são ricas em capsaicinoides, compostos fenólicos responsáveis pelo sabor pungente ou picante. Assim a capsaicina, é responsável pela pungência dos frutos, podendo ser utilizada como arma na forma de ‘spray’ de pimenta. Além disso, à estas substancias vem sendo atribuídos diversos efeitos benéficos na saúde dos consumidores de pimenta, sendo assim considerados compostos bioativos.

    Vários estudos têm mostrados os benefícios da capsaicina para a saúde. Pimentas do tipo Cumari (C. baccatun var. praetermissum), Cambuci (C. baccatun var. pendulum) e Malagueta (C. frutescens), por exemplo, vem sendo considerados potentes antioxidantes naturais em alimentos, devido à presença dessa substancia. 

     Em pesquisa realizada na Faculdade de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), comprovou-se que a pimenta diminui o risco de doenças cardiovasculares.  Por duas semanas, um grupo de ratos recebeu, todos os dias, uma pequena dose de extrato de pimenta-dedo-de-moça, a mais consumida no país. No fim do período, sangue foi coletado e comparado com o de ratos que não receberam a pimenta. Houve uma redução em torno de 45%, do colesterol total desses animais. Esta redução do colesterol total, mostra que há um risco menor do desenvolvimento de doença arterial coronariana ou aterosclerose, reduzindo o risco de enfartes.

     A capsaicina atua em várias áreas do corpo: alivia dores de cabeça, controla os níveis de glicose no sangue, aumenta a capacidade pulmonar e ajuda no tratamento da rinite alérgica. Pode ser até um aliado para quem quer entrar em forma, uma vez que é uma substancia termogênica. 

       Ainda falta determinar quanto é necessário consumir para que a pimenta traga todos esses benefícios. O que se sabe é que o brasileiro come muito pouco. Na Tailândia, por exemplo, ela é a estrela das receitas simples e sofisticadas. Lá, o consumo chega a dez gramas por dia. No Brasil, não passa de meio grama por pessoa.
     
      Mas, vamos combinar, é meio difícil comer 10 gramas de pimenta por dia, hein??? Para essa "meta" ficar mais fácil, basta diversificar na receita!!! Recentemente, ministrei um curso de Processamento artesanal de pimentas, na Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas - MG) com receitas de molho, conserva, geléia... Qualquer coisa é só me contactar!!! ;)


Referências:

http://g1.globo.com/globoreporter/0,,MUL1021418-16619,00-PIMENTA+EMAGRECE+E+REDUZ+O+COLESTEROL.html


COSTA, et al. Atividade antioxidante de pimentas do gênero Capsicum.

Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 2009.

http://www.cnph.embrapa.br/